sábado, 27 de abril de 2013

Consolar e ser consolado...


Sem palavras...


A importância de ler...



Precisamos de livros que nos afetem como um desastre, que nos angustiem profundamente, como a morte de alguém que amamos mais do que a nós mesmos, como ser banidos para florestas distantes de todos, como um suicídio. Um livro tem que ser o machado para o mar congelado dentro de nós.

Franz Kafka

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Antes de julgar...


Ser chic...


Redação de uma menina sobre o Hino Nacional


  
Na cidade de Joinville houve um concurso de redação na rede municipal de ensino. O título recomendado pela professora foi: 'Dai pão a quem tem fome'. Incrível, mas o primeiro lugar foi conquistado por uma menina de apenas 14 anos de idade.

E ela se inspirou exatamente na letra de nosso Hino Nacional para redigir um texto, que demonstra que os brasileiros verde amarelos precisam perceber o verdadeiro sentido de patriotismo.

Leiam o que escreveu essa jovem. 

É uma demonstração pura de amor à Pátria e uma lição a tantos brasileiros que já não sabem mais o que é este sentimento cívico.


Certa noite, ao entrar em minha sala de aula, vi num mapa-mundi, o nosso Brasil chorar:

O que houve, meu Brasil brasileiro? Perguntei-lhe!

E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas: Estou sofrendo. Vejam o que estão fazendo comigo... Antes, os meus bosques tinham mais flores e meus seios mais amores. Meu povo era heróico e os seus brados retumbantes. O sol da liberdade era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante. Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes?

Eu era a Pátria amada, idolatrada. Havia paz no futuro e glórias no passado. Nenhum filho meu fugia à luta. Eu era a terra adorada e dos filhos deste solo era a mãe gentil.

Eu era gigante pela própria natureza, que hoje devastam e queimam, sem nenhum homem de coragem que às margens plácidas de algum riachinho, tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-me desses novos tiranos que ousam roubar o verde louro de minha flâmula.

Eu, não suportando as chorosas queixas do Brasil, fui para o jardim. Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro que resplandece no lábaro que o nosso país ostenta estrelado. Pensei... Conseguiremos salvar esse país sem braços fortes? Pensei mais... Quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz?

Voltei à sala, mas encontrei o mapa silencioso e mudo, como uma criança dormindo em seu berço esplêndido."




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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Chapéu violeta



3 anos:
ela olha pra si mesma e vê uma rainha.
Aos 8 anos:
ela olha pra si e vê cinderela.
Aos 15 anos:
ela olha e vê uma freira horrorosa.
Aos 20 anos:
ela olha e se vê muito gorda, muito magra, muito alta, muito baixa, muito liso, muito encaracolado, decide sair mas... Vai sofrendo...
Aos 30 :
ela olha pra si mesma e vê muito gorda/ muito magra, muito alta/ muito baixa, muito liso/ muito encaracolado, mas decide que agora não tem tempo pra consertar então vai sair assim mesmo...
Aos 40 :
ela se olha.... Vê muito gorda, muito magra, muito alta, muito baixa, muito liso, muito encaracolado, mas diz: pelo menos eu sou uma boa pessoa... E sai mesmo assim...
Aos 50 anos:
ela olha pra si mesma e se vê como é...sai e vai pra onde ela bem entender...
Aos 60 anos:
ela se olha e lembra de todas as pessoas que não podem mais se olhar no espelho...sai de casa e conquista o mundo...
Aos 70 anos:
ela olha pra si e vê sabedoria, risos, habilidades, sai para o mundo e aproveita a vida...
Aos 80 anos:
ela não se incomoda mais em se olhar... Põe simplesmente um chapéu violeta e vai se divertir com o mundo...

Talvez devêssemos por aquele chapéu violeta mais cedo...


Mário Quintana


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Nossos Velhos




Pais heróis e mães rainhas do lar.

Passamos boa parte da nossa existência cultivando estes estereótipos.

Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça.

A rainha do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases e dá prá implicar com a empregada.

O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para outra?

Fizeram 80 anos. Nossos pais envelhecem. Ninguém havia nos preparado pra isso.

Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.

Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez de eles serem cuidados e mimados por nós, nem que pra isso recorram a uma chantagenzinha emocional.

Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles inventam.

Não fazem mais planos a longo prazo, agora dedicam-se a pequenas aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu. Estão com manchas na pele.

Ficam tristes de repente. Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida.

É complicado aceitar que nossos heróis e rainhas já não estão no controle da situação. Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina.

Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.

Ficamos irritados se eles se atrapalham com o celular e ainda temos a cara-de-pau de corrigi-los quando usam expressões em desuso: calça de brim? frege? auto de praça?

Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis.

Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi. 

Essa nossa intolerância só pode ser medo. 

Medo de perdê-los, e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais. É uma enrascada essa tal de passagem do tempo.

Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros, ainda mais quando os outros são papai e mamãe, nossos alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar, e que agora estão dando sinais de que um dia irão partir sem nós.  


Martha Medeiros


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terça-feira, 23 de abril de 2013

Depois dos 35 anos



A cantora e ex-primeira dama da França, Carla Bruni, falou em entrevista para a revista Veja algo que acredito muito.

Que depois dos 35 anos, a beleza é resultado da simpatia, da elegância, do pensamento, não mais do corpo e dos traços físicos.

A beleza se torna um estado de espírito, um brilho nos olhos, o temperamento.

A sensualidade vai decorrer mais da sensibilidade do que da aparência.

Uma mulher chata pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher burra pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher egoísta pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher deprimida pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher desagradável pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher oportunista pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher covarde pode ser bonita antes dos 35.

Depois, não mais, depois acabou a facilidade. Depois o que ilumina a pele é se ela é amada ou não, se ela ama ou não, se ela é educada ou não, se ela sabe falar ou não.

Depois dos 35 anos, a beleza vem do caráter. Do jeito como os problemas são enfrentados, da alegria de acordar e da leveza ao dormir.

Depois dos 35 anos, o sexo é o botox que funciona, a amizade é o creme que tira as rugas, o afeto é o protetor solar que protege o rosto.

A beleza passa a ser linguagem, bom humor. A beleza passa a ser inteligência, gentileza.

Depois dos 35 anos, só a felicidade rejuvenesce.


(Por Fabrício Carpinejar)







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Escutatória - Rubem Alves



Sempre vejo anunciados cursos de oratória.

Nunca vi anunciado curso de escutatória.

Todo mundo quer aprender a falar, ninguém quer aprender a ouvir. 

Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil.

Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma".

Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro:
"Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma".

Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64.

Contou-me de sua experiência com os índios: reunidos os participantes, ninguém fala. 

Há um longo, longo silêncio.
(Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, [...]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas.).

Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. 

Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.

Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais.

São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades.

Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado".

Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou".

Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.

E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. 

No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. 

Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.


Rubem Alves


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Eco




Um filho e seu pai caminhavam pelas montanhas. De repente seu filho cai, se machuca e grita:
- Aaaii!

Fica surpreso ao escutar a voz se repetir, em algum lugar da montanha:
- Aaaii!

Curioso, pergunta:
- Quem é você?

Recebe como resposta:
- Quem é você?

Contrariado, grita:
- Seu covarde!

Escuta como resposta:
- Seu covarde!

Olha para o pai e pergunta aflito:
- O que é isso?

O pai sorri e fala:
- Meu filho, preste atenção.

Então o pai grita em direção a montanha:
- Eu admiro você!

O eco responde:
- Eu admiro você!

De novo, o homem grita:
- Você é um campeão!

A voz responde:
- Você é um campeão!

O menino fica espantado. 

O pai lhe explica:

- As pessoas chamam isso de ECO, mas na verdade isso é a vida.
Ela lhe dá de volta tudo o que você diz ou faz.
Nossa vida é simplesmente o reflexo de nossas ações.
Se você quer mais amor no mundo, crie mais amor no seu coração.
Se você quer mais sinceridade, mais paz e mais alegria em sua vida, cultive esses sentimentos dentro de você, e os transmita para as pessoas, que você receberá de volta todo esse carinho, toda essa paz que você transmitiu.
O mundo é somente a prova da nossa capacidade. Tanto no plano pessoal quanto no profissional, a vida vai lhe dar de volta o que você deu a ela.




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Somos melhores que ontem?



Segue um texto interessante que merece a nossa reflexão...

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A Evolução do Sentimento.


Citando um trecho de Carlos Imbassahy:

Ao contrário do que se pensa, os homens melhoram!

Muito pouco em relação ao progresso, mas um bom tanto se considerarmos o tempo.

Nota-se que a evolução do sentimento nos parece mínima, porque estamos contando de ontem, e o ontem nosso é quase nulo em relação à vida planetária.

Não há dúvida que o sentimento de piedade é muito condicionado entre os homens. Basta lembrarmos uma página de Veit Valentin:

"Que César, na Gália, massacrasse populações inteiras, inclusive mulheres e crianças, que tivesse mandado decepar as mãos a todos os defensores da fortaleza gaulesa de Uxelodunum, ordenando que se exibissem os mutilados para amedrontar, que tenha feito açoitar até matar seu adversário Vercingetórix, não horrorizou ninguém em Roma; tratando-se de bárbaros, ninguém se compadecia, e com seus adversários romanos César era benigno e indulgente.

Quando, porém, os seus soldados, sem trabalho, espancaram o seu co-cônsul Bibulus, quando ele arbitrariamente aumentou o número de suas legiões, quando fez vir para Roma a egípcia Cleópatra como mãe de seu filho Cesarion, passou então a ser considerado criminoso."

É verdade que hoje é assim, ou talvez pior, porque não vejo essa benignidade com os patrícios; antes pelo contrário.

O progresso consiste em que há maior número de benignos, e doutrinas que pregam a benignidade, enquanto antigamente havia pouquíssimas, ou não havia nenhuma! E, quando aparecia um Cristo ou um Sócrates, mandavam matar!




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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Pelo nosso planeta azul - Dia da Mãe Terra







Pai Nosso..
Criador de tudo, ouvi nossas orações!
Perdoai nossas ofensas à Amada Mãe Terra!
Vos rogamos, aceitai nossas orações de arrependimento, e Curai aquilo que não soubemos valorizar plenamente.
Despertai em todos os corações o amor e a responsabilidade por nosso lar terrestre.
Que os seus rios possam correr livremente, claros e límpidos!
Que os seus oceanos possam contar com vida saudável!
Que as suas florestas mostrem o seu canto livres de poluição!
Amado Senhor, nós Vos requisitamos as legiões de anjos necessários para ajudar a curar este planeta maravilhoso, e pedimos que inspirai as pessoas a inventar sistemas para conviverem em harmonia com a criação divina, ao invés de ofendê-la.
Humildemente Vos pedimos isto Em nome de Vosso Amado Filho, Jesus, o Mais Sagrado Cristo.
Assim Seja!





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domingo, 21 de abril de 2013

Vale a pena conhecer: Blog Razões para acreditar


Há pouco tempo, conheci o Blog Razões para acreditar.
Um blog com ensinamentos para se levar pra vida.
Com  histórias de vida, episódios do dia a dia, projetos, propagandas e fotos de pessoas que estão em busca de um bem maior, e que realmente estão fazendo a diferença neste nosso planeta azul.
Da mesma forma que me comovi, tenho certeza de que cada leitor se sentirá tocado pelo que verá, de um modo ou de outro.

Fica a dica e uma pequena amostra a seguir.


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Sem Semáforos. Sem Agentes de Trânsito. Dois caras tentam ajudar

1 DE ABRIL DE 2013         BY VICENTE CARVALHO


Já não é novidade que os semáforos de São Paulo não funcionam. 

Quando chove, nem se fala!

Dois caras vendo o trânsito parado, sem saída para os carros em um cruzamento da capital paulista, param e tentam ajudar as pessoas para que 2 ambulâncias pudessem passar. 

Tiveram pessoas que elogiaram, mas alguns o xingaram também porquê achavam que estava atrapalhando o trânsito!

Que fique claro que não estamos isentando as autoridades de suas obrigações, mas enfatizamos a importância de parar de reclamar e agir um pouco mais, se não seria apenas mais um dia de trânsito em SP em que o máximo que as pessoas poderiam ter feito era ter tirado uma foto no local e postado no facebook, pensem nisso.


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Aos amigos do blog!


Blog antigo recuperado!
Feliz!

fazendoumnovofim2.blogspot.com.br

sábado, 20 de abril de 2013

Saber morrer



Morrer. 

Desse destino, nenhum ser humano escapará. 

E, no entanto, como tememos esse momento! Com que dor a maioria de nós pensa no instante da morte.

Fomos ensinados a temer a morte. Ela nos é apresentada como sinônimo de lágrimas, instante de trevas, definitiva separação dos seres amados.

Abismo e tristeza. Aprendemos que a morte se faz de luto e mistérios, névoa e saudade.

Mas é preciso se preparar para a chegada da hora final. Afinal, a cada dia se reduz nossa estada na Terra.

Desde que nascemos, cada respiração assinala a diminuição de nosso tempo no planeta.

Porque o ritmo da vida material nos envolve, quase sem perceber, deixamos de lado a lembrança de que caminhamos mais um passo em direção à morte.

O fim é apenas do corpo físico, pois a alma - a essência do que somos - esta existirá para sempre. Os séculos correrão, mas nós... 

Nós sobreviveremos.

Nessa longa estrada que é a vida, muito iremos aprender. Outros amores, parentes, lugares e situações irão enriquecer a nossa experiência.

E muitos outros corpos servirão de instrumento para o nosso aprendizado.

Por isso, nada de demasiado apego ao corpo. Ele é importantíssimo, mas é uma ferramenta de trabalho. Nele temos apenas um auxiliar para a nossa educação.

Com a ajuda desse corpo, vivemos na Terra, construímos uma família e nos relacionamos com outros seres humanos. Ele é essencial para a vida em sociedade que burila o nosso Espírito.

É que no contato com as outras pessoas temos a oportunidade de exercitar paciência, tolerância, solidariedade e ética.

Enfim, pôr em prática gestos e situações que são puras manifestações de amor.

E não é esse o objetivo maior de nossa vida: descobrir, exercitar e vivenciar o amor?

Nada há a temer na morte quando a vida é plena em amor, quando os dias são perfumados pela bondade, quando a consciência é reta e o dever cumprido.

Quem vive assim - de coração sossegado e plantando alegrias - aguarda que a vida cumpra seu ciclo natural.

Para este, a hora da morte é serena. Abrirá os portais de um mundo novo, cheio de descobertas: a Casa do Pai Celeste.

Um homem de bem morre como alguém que descansa após um dia de trabalho bem feito. 

Não tem apego a nada, pois sabe que deve devolver a Deus tudo o que recebeu.

A renovação é a regra geral da natureza. Quando a morte chega é a hora de devolver ao Mundo o corpo frágil, que se misturará às águas e à terra.

Será consumido, alimentará microorganismos. Outros seres viverão a partir dali.

E o homem que usou aquele corpo estará longe: abrirá os braços para o infinito. Seus olhos contemplarão estrelas, luzes, cores e formas nunca sonhadas.

Seguirá com o coração em festa. Pronto para novas experiências, disposto a aprender e a amar.

O poeta Rabindranath Tagore, Prêmio Nobel de Literatura, escreveu sobre a própria morte:

É hora de partir, meus irmãos, minhas irmãs.

Eu já devolvi as chaves de minha porta

E desisto de qualquer direito à minha casa.

Fomos vizinhos durante muito tempo

E recebi mais do que pude dar.

Agora vai raiando o dia

E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro, apagou-se.

Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.

Não perguntem o que levo comigo:

Sigo de mãos vazias e coração confiante.



Redação do Momento Espírita




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Proteção Espiritual



 
Kardec tem esta consoladora mensagem no Evangelho Segundo o Espiritismo (cap. 28 - 11):
Além do anjo guardião, que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos protetores que, embora menos elevados, não são menos bons e magnânimos. Contamo-los entre amigos ou parentes, ou, até, entre pessoas que não conhecemos na existência atual. Eles nos assistem com seus conselhos e, não raro, intervindo nos atos da nossa vida...

Muita gente, que se vê atormentada sem saber como resolver seus problemas pessoais, acredita-se, até, esquecida por Deus. Estaria como que entregue ao seu próprio destino sem ter para quem apelar.

Nada, porém, mais falso.

Ninguém está abandonado por Deus.

A criatura pode esquecer-se do Pai mas o Criador nunca se esquece do filho. 

Tudo faz o Senhor para que todos os seus filhos sejam felizes. 

Naturalmente não queremos dizer com isto que não vamos sofrer as conseqüências desastrosas dos nossos pensamentos menos dignos, das nossas palavras levianas ou ferinas, das nossas ações menos cristãs.

O Pai é Bom, mas por ser Bom não deixa de ser Justo! Suas leis não dão sempre de acordo com as nossas obras!

Todavia, tendo Deus em vista o progresso de todos os Espíritos, sempre permite se aproximem de cada um de nós os amigos espirituais dando-nos renovadas forças para enfrentarmos as dificuldades da vida terrena.

São espíritos benevolentes que já passaram em suas pretéritas encarnações pelas mesmas experiências que atualmente estão em nossos caminhos. 

Por isto, eles compreendem as nossas situações, relevam nossas fraquezas, entendem nossos anseios, colaboram na medida do possível para a nossa redenção.

Verdades tão simples e tão consoladoras como estas, trazidas a todos pela Doutrina Espírita, com alegria nós a difundimos aos quatro ventos no firme propósito de socorrer as criaturas aflitas.

Quantos irmãozinhos nossos, assoberbados de dificuldades financeiras, angustiados por problemas domésticos, possuidores de moléstias dolorosas - não apelam para o suicídio? Como se a morte provocada do corpo pudesse resolver os seus problemas angustiantes...

A nossa única segurança em um mundo tão inseguro - é aquela que nos vem do Alto!... é a proteção que nos dispensa os amigos do plano invisível.

Ao invés do desespero que nada soluciona, agravando terrivelmente os nossos estados espirituais - recorramos a este auxílio de Deus!... através de uma prece brotada do fundo do coração sincero, ponhamo-nos em contato com os companheiros do Além!... Eles nos dão luz para nossas mentes... Trarão paz para os nossos corações!...

E haveremos de ter forças, o bastante para lutar com Jesus e para Jesus na grandiosa obra pacífica, mas dinâmica, amorosa, mas urgente de construção de um mundo melhor!


Celso Martins




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Tudo passa...



Tudo passa...

Todas as coisas na Terra passam.
Os dias de dificuldade passarão...
Passarão, também, os dias de amargura e solidão.

As dores e as lágrimas passarão.
As frustrações que nos fazem chorar... Um dia passarão.

A saudade do ser querido que está longe, passará.

Os dias de tristeza...
Dias de felicidade...
São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal
as experiências acumuladas.

Se, hoje, para nós, é um desses dias,
repleto de amargura, paremos um instante.
Elevemos o pensamento ao Alto
e busquemos a voz suave da Mãe amorosa,
a nos dizer carinhosamente: 'isto também passará'

E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas que não há mal que dure para sempre,
semelhante a enorme embarcação que, às vezes, parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas.

Mas isso também passará porque Jesus está no leme dessa Nau
e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a
agitação faz parte do roteiro evolutivo da Humanidade
e que um dia também passará.

Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro
porque essa é a sua destinação.

Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos,
sem esmorecimento e confiemos em Deus,
aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo, também passará.

Tudo passa...
exceto Deus.

Deus é o suficiente!

(Chico Xavier)

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Tempo de partir





Hoje foi tempo de partir.
Deixar para trás as raízes que foram crescendo
e, com elas, deixar bocados de ser e de sentir.
Deixar para trás o que não importa.
Ter de deixar o que importa, também...

Hoje foi tempo de partir.
E foi tempo para guardar cada passo dos caminhos velhos, bem conhecidos do nosso andar.
De relembrar cada rua, cada cara, cada cheiro, tantas conversas e sorrisos...
Foi tempo de juntar cada pedacinho das memórias.
E de respirar tudo como se fosse a última vez... Será?

E agora, que o tempo de partir chegou,
resta tentar que a novidade de cada dia equilibre o peso das saudades...
Porque hoje foi tempo de partir.
E já está partido o coração...

Será que o tempo o reconstituirá de novo?

...

Será?


Marina




*  *  *

Zé tirano



Zé tirano
Era a alcunha
Onde podia
Metia a unha.

Esperto, capaz
Tudo queria
Aqui e acolá
Fazia razia.

Rico, poderoso,
Todos manipulava
Sem se importar
Se errado estava.

De tal modo
Era o seu agir
Que “tirano” ficou
Para o porvir.

Todos o receavam
Com ódio ou medo
Ele, o tirano
Caía no degredo...

No degredo espiritual
Apesar da opulência
Ganhando inimigos
Com a sua vivência

Zé, o tirano
Voltou agora
Pobre, enfesado,
Filho do Zé da nora.

Trabalha no campo
De sol a sol
Fraco de corpo
A alma num redol.

Diz quem vê
Que sofre pesadelos
Coitado do jovem
Amigos? Nem vê-los

Porque será
Tanto sofrer?
O Zé da nora
Pergunta à mulher.

São coisas de Deus
Vá-se lá saber
Ele lá sabe
Porquê o sofrer

Mas nosso filho
Que mal realizou
Para nascer assim
Porque Deus o marcou?

Só a reencarnação
Explica tal
Que ninguém espere o bem
Se praticou o mal.

Zé tirano sonha
Com opulência, grandeza,
Mas nesta vida
Só terá a pobreza.

Assim aprenderá
O preço da fraternidade
A ser simples, humilde
E útil à humanidade.

Reencarnação, imortalidade,
Ensina o espiritismo
E a imortal comunicabilidade
Revivendo o cristianismo.

A Doutrina Espírita
Kardec codificou
Observando, pesquisando,
Essas leis nos deixou.

Se queres conhecer
O mundo espiritual
Estuda Kardec
É esse o manual.

Poeta alegre

(Psicografia recebida em Caldas da Rainha, Portugal, em 18 de Janeiro de 2004)


*  *  *

Convite à humildade



Os que são incapazes de consegui-la identificam-na como fraqueza.

Os pessimistas que chafurdam no poço do orgulho ferido e não se dispõem à luta, detestam-na, porque se sentem incapazes de possuí-la.

O derrotistas utilizam-se da subestima para denegri-la.

Os fracos, falsamente investidos de força, falseiam-lhe o significado, deturpando-lhe e soberana realidade.

Porque muitos não lograram vivê-la e derraparam em plenos exercícios, desconsideram-na...

Ela, no entanto, fulgura e prossegue.

Sustenta no cansaço, acalenta nas dores, robustece na luta, encoraja no insucesso, levanta na queda...

Louva a dor que corrige, abençoa a dificuldade que ensina, agradece a solidão que exercita a reflexão, ampara o trabalho que disciplina e é reconhecida a todos, inclusive aos que passam
por maus, por ensinarem, embora inconscientemente, o valor dos bons e a excelência do bem.

Chega e dulcifica a amargura, balsamizando qualquer ferida exposta, mesmo em chaga repelente.

Identifica-se pela meiguice, e, sutil, agrada, oferecendo plenitude, quando tudo conspira contra a paz de que se faz instrumento.

Escudo dos verdadeiros heróis, tem sido a coroa dos mártires, o sinal dos santos e a característica dos sábios.

Com ela o homem adquire grandeza interior, e considerando a majestade da Criação, como membro atuante da vida, que é, eleva-se e, assim, eleva a humanidade inteira.

Conquistá-la, ao fim das pelejas exaustivas, é lograr a paz.

No diálogo entre Jesus e Pilatos, esteve presente no silêncio do Amigo Divino e ausente no enganado fâmulo de César...

Seu nome é humildade.


Joanna de Ângelis

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O poder da oração



Deus, dê-me força e fé neste dia que se inicia,
a segurança do teu amor e a certeza de que estás comigo.

Peço-te ajuda e proteção para o meu dia porque preciso de
tua assistência e de tua misericórdia.

Tira de mim o medo que me invade, tira de mim a dúvida que me perturba.

Esclarece o meu espírito abatido, com a luz que iluminou o caminho do teu filho, Jesus Cristo, aqui na Terra.

Que eu possa, Senhor, perceber toda a tua grandeza e a tua presença em mim.

Minuto a minuto, hora a hora, dia a dia.

Que sinta a tua voz dentro de mim

E ao meu redor e em minha decisões eu perceba qual é a tua vontade.

Que sinta o teu maravilhoso poder através da força da oração e, com este poder, suavizar os meus problemas, acalmando o meu espírito, aumentando a minha fé.

Não me abandones, oh Senhor! Fica comigo para que eu não me desespere e nem te esqueça.

Levanta o meu espírito quando o encontrares abatido.

Ajuda-me a seguir-te sem vacilar e sem olhar para trás.

Entrego em tuas mãos a minha vida e a vida de toda a minha família.

Livra-nos de todo o mal que possa estar nos dirigindo.

Peço, Senhor, que eu seja merecedor de tua graça. Sei que amas e me escutas amorosamente.

Embora esteja com a alma inquieta, suplico-te dá-me o poder de aceitar,

E, acima de tudo, que se cumpra em mim a Tua vontade.

Amém.

(“O poder da oração” - feita por Cissa Guimarães no programa “Viver com fé” – canal GNT)

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